sexta-feira, 16 de abril de 2010

XLI.

Centímetro por centímetro, medido nos dedos da mão espalmada, em ângulos de pernas flexionadas e nas nuances de respiração ofegante que contam muito mais do que se costuma perceber. Todo objeto ofegante da respiração, quando esta diz que nada mais serviria. Nenhum outro jeito.
Medido em comprimentos do rosto que ia se arrastando, subindo barriga e peito e lhe deitando ao pescoço, até que não houvesse mais a tentativa chula de quantificar. Nem o esforço inútil pra classificar. E a classificação se deixou calar, pra que a noite pudesse ser leve e o ritmo das coisas fosse só o ritmo que as coisas têm.
Medidas e medidas de coisas que aconteciam do lado de dentro foram necessárias pra enxergar toda a beleza de qualquer coisa que viesse de alguma coisa tão diferente de si, que respirasse por si só. Daí alguma ciranda de roda se fez prato do dia e o cambalear se fez
não mais
insosso
em fim.

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