domingo, 20 de dezembro de 2009

XXVIII.

Me sentindo um bocado suja. Tóxica, infectada e contgiosa. Falando meio enrolado por causa da cegueira e na quantidade errada, sempre, por causa da surdez. Com o olfato mais fraco e o paladar saturado, com gosto de mentira, cheiro de descaso. Toda meio viscosa onde devia ser fluida e cheia de rachaduras no teto. Me sentindo leviana e divertida. Ando trocando as pernas, trocando os pés pelas coxas. Provocando confusões em mapas de ação alheios, de um jeito outro que o de costume. Andei trocando minhas consciências por umas que não cabiam em mim e tive que customizar; agora corto minhas blusas, meu cabelo e meu comedimento, coordenação eu só tenho pros dois primeiros.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

XXVII.

Não sei o que me enjoa mais, comida ou estômago vazio. Ando no meu maior estilo junkie, meio morta, meio debochada.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

XXVI.

Eu quero mais, eu queria mais, eu quero muito mais de mãos nervosas, teias de confusão e fome e mais fome e mais e mais fundo e o tremor das pernas.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

XXV.

Me deixa nervosa essa saudade de corpo. Ele não é desejável de nenhuma outra forma, mas é tão desejável...

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

XXIV.

"I dreamt that I was sitting
In the devil's company
He made a solemn promise
Fee fi fo fun for me"

domingo, 1 de novembro de 2009

XXIII.

Eu não te quero frio, nem distante, nem discreto e comedido. Eu já te quero muito agora.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

XXII.

"Now I lay me down to sleep,
I pray Thee, Lord, my soul to keep.
If I should die before I wake,
I pray Thee, Lord, my soul to take.
If I should live to future days,
I pray Thee, Lord, to guide my ways.
Amen."

Tenho medo.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

XXI.

Quando é impossível lutar contra alguma coisa, eu escrevo.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

XX.

Mulher pequena, homem grande. O esforço é mínimo.
Já diria o sábio sr. DeLarge:
-If you want pretty Polly, you take it.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

XIX.

O foco não é mesmo tão raro assim. Os sorrisos involuntários e as tentativas ridículas de agir com absouta naturalidade... juntos... são.
Eu me altero ou sorrio, é completamente diferente.
E isso, demora quanto tempo pra sumir sem deixar vestígios?

XVIII. Sylvia Plath - Lady Lazarus

"I have done it again.
One year in every ten
I manage it —

A sort of walking miracle, my skin
Bright as a Nazi lampshade,
My right foot

A paperweight,
My featureless, fine
Jew linen.

Peel off the napkin
O my enemy.
Do I terrify? —

The nose, the eye pits, the full set of teeth?
The sour breath
Will vanish in a day.

Soon, soon the flesh
The grave cave ate will be
At home on me

And I a smiling woman.
I am only thirty.
And like the cat I have nine times to die.

This is Number Three.
What a trash
To annihilate each decade.

What a million filaments.
The Peanut-crunching crowd
Shoves in to see

Them unwrap me hand and foot —
The big strip tease.
Gentleman , ladies

These are my hands
My knees.
I may be skin and bone,

Nevertheless, I am the same, identical woman.
The first time it happened I was ten.
It was an accident.

The second time I meant
To last it out and not come back at all.
I rocked shut

As a seashell.
They had to call and call
And pick the worms off me like sticky pearls.

Dying
Is an art, like everything else.
I do it exceptionally well.

I do it so it feels like hell.
I do it so it feels real.
I guess you could say I've a call.

It's easy enough to do it in a cell.
It's easy enough to do it and stay put.
It's the theatrical

Comeback in broad day
To the same place, the same face, the same brute
Amused shout:

"A miracle!"
That knocks me out.
There is a charge

For the eyeing my scars, there is a charge
For the hearing of my heart —
It really goes.

And there is a charge, a very large charge
For a word or a touch
Or a bit of blood

Or a piece of my hair on my clothes.
So, so, Herr Doktor.
So, Herr Enemy.

I am your opus,
I am your valuable,
The pure gold baby

That melts to a shriek.
I turn and burn.
Do not think I underestimate your great concern.

Ash, ash —
You poke and stir.
Flesh, bone, there is nothing there —

A cake of soap,
A wedding ring,
A gold filling.

Herr God, Herr Lucifer
Beware
Beware.

Out of the ash
I rise with my red hair
And I eat men like air."

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

XVII.

Meu egoísmo é uma coisa chata, mas só porque é muito pertinente.
Fora isso, tô cansada de separar pessoas por quem eu sinto carinho de pessoas com quem eu me embaraço por aí. Só porque não muda nunca.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

XVI.

...diz (00:12):
Eu te respondo isso cara a cara.
=*


A Sally não quer ser paciente. Eu não quero ser paciente.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

XV.

Por favor, por favor e puro egoísmo, me diz a verdade? Por favor.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

XIV.

Eu acordei ontem e comecei a ficar um pouco perturbada de tanto pensar. Ao longo do dia eu fiquei quase transtornada, à noite passou. Eu vejo muito problema em coisa pouca, eu me preocupo muito com as coisas erradas, eu fico obcecada pelas coisas que parecem estranhas e pelas coisas estranhas que eu não fiz, mas quis.
Mas passou. Até porque o problema não era a situação, não era ele, era eu. O problema era o erro do mapa de ação que eu fiz pra mim mesma, em termos. Só isso.
Acho bom, ainda assim, eu me comportar. Né?

quinta-feira, 23 de julho de 2009

XIII.

Vontade de saber o que eu quero por trás das coisas que eu só quero por não querer nada.
Saudade de fazer, mesmo, alguma coisa.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

XII.

Voltei a ter pesadelos, ando meio agitada. Agitada e calma, pra variar, perturbada e lenta.
Ando sentindo cheiros familiares, de épocas tranqüilas em que eu estava fraca dos nervos.
Acordando com pessoas me olhando e o quarto distorcido, esperando um longo minuto pra acordar de fato e ver tudo voltar ao normal, há três dias.
Abrindo meus olhos antes de tirar todo o sabão do rosto, com uma agonia quase infantil do meu próprio banheiro.
Eu me lembro do sono agitado e era horrível, me lembro dos dias ruins que seguiam todas as minhas noites.
Voltei a ter pesadelos e é familiar de um jeito quase aconchegante.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

XI.

Se eu parar pra observar, posso sentir meus dentes apodrecendo. Sinto a sobrecarga do meu corpo, minha lenta perda de visão e agilidade, a crescente conformação e a rigidez muscular. Minhas juntas parecem estralar mais quando eu me estico, eu me estico menos. Minha pele continua lutando. Ela morre e se renova, mas morre um pouco mais. Pouco, tudo muito lento, acontecendo o tempo todo, com todos nós. tic tac

X.

"Milla Helmine said...
Fuck it, I'll spend two minutes in here.
I came back to say: sympathy means absolutely nothing. Sincerity, less than that.
People care about what they want to. Infatuated people care about things that could make them miserable and I care about beauty. Vulnerability, for heaven's sake. Humanity, thank you very much.
Do I make any sense?"

quarta-feira, 1 de julho de 2009

IX.

Tongue porra nenhuma. Twisted mind, língua tão contida quanto... qualquer coisa bastante contida, mas não demais. Coisa irritante.
Toda essa minha pose é não saber como lidar comigo perto de você, completamente nua, sempre que você quer. Também é por isso que eu me mantenho por perto e também é por isso que eu quero que você me coma até enjoar. Eu finjo que quero perder meus controles, mas não quero. Só quero porque não quero, só é tolerável perdê-los se eles forem arrancados por alguém e eu torceria as coisas pra fingir que não perdi e usaria as estrategiazinhas mais sujas possíveis, comigo mesma. Eu, por algum motivo, quero que alguém se dobre a ponto de conseguir me dobrar, só porque eu quero, até que me dobre contra a minha vontade, violentamente. Talvez só porque eu não faço idéia do que faria aí. Vai ver é por isso que eu queria passar por uma ameaça zumbi, por um campo de batalha, por essas merdas que me arrastariam pra depois do meu limite de planos.
Ai, que cansada eu fico de mim, do tamanho dos meus caprichos, essa pilastra de mim. Dessa pilastra de mim que parece capricho.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

VIII.

"-The most important is sincerity.
-Sincerity?
-Yes. You must be able to fake sincerity."

terça-feira, 2 de junho de 2009

VII.

Um dia eu vi um menino de têmporas muito bonitas. Tive vontade de arrancar uma delas. Deixar um buraco. Passei um tempo imaginando todo o sangue que veria e como ele escorreria da sua falta de têmpora bonita. Vi um passarinho e me distraí. Passarinho bonito.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

VI.

Eu gosto do hálito, do perfume e do suor, tanto quanto eu gosto das marcas no corpo.

domingo, 31 de maio de 2009

V.

Silhuetas que queimavam o frio da penumbra em volta. Já ofegantes quando se tocaram, conhecidos desde então.

sábado, 16 de maio de 2009

IV.

Not playing quiet, um pouco mais sexual que de costume.
It's so easy, easy, when everybody's trying to...

terça-feira, 12 de maio de 2009

III.

Toda essa merda me deixa com preguiça. Os pudores, os problemas, o controle e o analfabetismo. Eu quero ler, ouvir e falar de coisas indizíveis pra quem é preguiçoso. Corpos, expressões, sensações, vontades, escrúpulos, sexo, o que você sente ou pensa - te corroendo, sem te deixar pensar ou sentir... cheios de letras.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

II.

"-I want you to ravish me. Soul, body, mind. I wanna be turned, burned, ruled and abused.
Ravish me inside-out, back and forth, backwards, upside-down.
Oh yeah, dear.
Yeah, I know it. You just can't."

quarta-feira, 6 de maio de 2009

I.

Se você, hoje, me pegasse no colo e me apertasse forte demais contra o seu corpo, forte até machucar, e afundasse seus dedos na minha pele tentando ignorá-la pra me sentir em carne-viva, não ia fazer diferença alguma. Juro que eu queria, mas não sinto nada.
Tenta me amarrar, talvez dê certo.