sexta-feira, 30 de abril de 2010

XLIII.

"There's still a little bit of your taste in my mouth
There's still a little bit of you laced with my doubt
It's still a little hard to say what's going on"

Oh, goodness.
Por falar nisso...

Nenhum pedaço de mim na sua colcha de retalhos.
Muitos, muitos pedaços de coisas que não sou eu.
Quase engraçado.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

XLII.

Just gotta get out, just gotta get right outta here...
Scaramouche, scaramouche, will you fucking let me be?
Eu não vou fazer as coisas do jeito mais fácil, eu não faço as coisas do jeito mais fácil.
Ei, eu não faço as coisas da desgraça de jeito mais fácil quando elas significam concordar com você e mentir pra absolutamente tudo que eu penso a respeito.
Se você fosse qualquer coisa com a qual desse pra dialogar, faria sentido. Se você gostasse de resolver problemas, faria sentido. Se você não dependesse das suas próprias penas e tormentos e tivesse que brigar com absolutamente tudo, o tempo todo, do jeito que você quiser e todo mundo não tivesse que te engolir, por mais que você continuasse não engolindo nada, de ninguém, por nenhum motivo, eu poderia... tandamdaaaammmm... conviver com você.
Ah, claro, eu também poderia conviver com você se você não me sacudisse, não me arranhasse, não gritasse na minha cara, não se sentisse no direito de falar o que você quer, sem ouvir nada a respeito, só porque tá com raiva por causa de uma situação que só é um problema sem solução porque você começou a supor coisas que não sabia se tinham acontecido, se você não acreditasse nos próprios devaneios, não perguntasse acusando, não fosse chantagista e entendesse que eu não te devo meus argumentos, vontades e formas porque você vive a vida por minha causa.
Você não vive sua vida por mim, e você não a vive por você.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

XLI.

Centímetro por centímetro, medido nos dedos da mão espalmada, em ângulos de pernas flexionadas e nas nuances de respiração ofegante que contam muito mais do que se costuma perceber. Todo objeto ofegante da respiração, quando esta diz que nada mais serviria. Nenhum outro jeito.
Medido em comprimentos do rosto que ia se arrastando, subindo barriga e peito e lhe deitando ao pescoço, até que não houvesse mais a tentativa chula de quantificar. Nem o esforço inútil pra classificar. E a classificação se deixou calar, pra que a noite pudesse ser leve e o ritmo das coisas fosse só o ritmo que as coisas têm.
Medidas e medidas de coisas que aconteciam do lado de dentro foram necessárias pra enxergar toda a beleza de qualquer coisa que viesse de alguma coisa tão diferente de si, que respirasse por si só. Daí alguma ciranda de roda se fez prato do dia e o cambalear se fez
não mais
insosso
em fim.