sexta-feira, 21 de setembro de 2018

LXXXVI.

Aprendi a desistir. Largar de mão.
Uma vida insistindo em fazer acontecer e consertar. Não por querer, porque não sabia fazer de outro jeito. Mas aí bate, quando a única coisa que não se fez é desistir, a verdade bate. Depois disso, perceber que quem estava rendida era eu. Se agarrar a um ideal, assim como a um lugar, a uma pessoa, é prender-se. Parece tão óbvio que dói. Parece tão óbvio que faz cócegas.
Uma noção de si que se baseava na capacidade de fazer acontecer e melhorar, sempre, já machucava, já era velha, já era tão seca, que um dia mudou. A noção de si precisa ser sobre si, sobre tudo, sobre a explosão cósmica do próprio coração. [Favor não inserir aqui piada sobre Cavaleiros do Zodíaco.]
Sabe sobre o que nada mais é? Aquela tristeza póstuma de arrastar correntes. Que peso do caralho, my man, eu devolvo.

Preciso de mãos pra agarrar o que me importa, sinto muito.

Preciso saber até onde isso aqui queima e que hora acaba. Preciso saber o que se passa na sua vontade, você acaba descobrindo que eu quero tudo que você conseguir imaginar.

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