quinta-feira, 2 de julho de 2009

XI.

Se eu parar pra observar, posso sentir meus dentes apodrecendo. Sinto a sobrecarga do meu corpo, minha lenta perda de visão e agilidade, a crescente conformação e a rigidez muscular. Minhas juntas parecem estralar mais quando eu me estico, eu me estico menos. Minha pele continua lutando. Ela morre e se renova, mas morre um pouco mais. Pouco, tudo muito lento, acontecendo o tempo todo, com todos nós. tic tac

Um comentário:

  1. a estética dos seus sentidos, a pintura de braque, toda essa quebra e a fragmentação de coisas que não são inteiras, as coisas são coisas inteiras por serem fragmentos, são holografas, furta-cores, lusco-fusco, degradês, são de grades, decadentes, dementes, e nós aqui perdendo partes e se importando, eu me importando com cubismos de bolso e realidade, repelentes, adstringentes, e esse monte de gente que é só monte, como um grande everest que não pretendo escalar

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