quinta-feira, 23 de setembro de 2010

LXII.

Eu não sei agir como se eu não estivesse na vitrine.
Não sei me apaixonar, não sei esperar até que alguém imóvel comece a se mexer.
Não sei me fazer entender, a não ser que resolvam ouvir o que eu estou dizendo, deixar de lado o que eu estiver emanando.
Não sei me dizer sem me explicar à exaustão.
Não sei dizer pra quem não quer ouvir.
Não sei ouvir a quem não vai dizer.
Não sei me ouvir.
Eu não sei viver no meio do verde, no meio do azul, no meio do rosa.
Eu detesto rosa e sua mania ridícula de achar que eu te quero demais só porque eu te quero demais.
Eu quero demais qualquer coisa que eu queira.
Eu não entendo quando alguém me diz "nem tudo pode ser visto como um jogo, nem toda moeda de troca é poder, nem todo mundo tem um preço". Claro que sim. É claro que sim.
Quase não entendo quem não dá tanta atenção a sexo. Quase não entendo tranqüilidade demais.

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